terça-feira, 21 de outubro de 2014

Consumo de carne de morcego pode ter ajudado a deflagrar ebola

O início da atual epidemia de ebola e das mortes de mais de 4 mil pessoas por causa da doença pode ter se dado em uma vila na Guiné,
no leste da África, quando uma criança comeu morcegos.
A criança de dois anos, apelidada de infante zero, vivia no vilarejo de Gueckedou, uma região em que a carne deste animal é consumida frequentemente.
A família deste paciente disse ter caçado duas espécies de morcego conhecidas por hospedar o vírus. A criança morreu em dezembro de 2013.
Morcegos não são os únicos animais menos convencionais que podem parar nas mesas de famílias africanas: chimpanzés, ratos, cobras e até porco-espinhos são mortos para consumo.
Não só a fome é levada em conta neste hábito. Trata-se de uma prática popular, porque alguns tipos de animais são considerados uma iguaria.
Estima-se que na Bacia do Congo, por exemplo, as pessoas comam cinco milhões de toneladas de carne de animais selvagem por ano.
BBC-A carne defumada de animais selvagens é vendida livremente em países africanos
O problema é que alguns desses animais podem transmitir sérias doenças, como no caso dos morcegos.
Os morcegos são hospedeiros ideais por oferecerem grande resistência ao vírus.
Por meio de suas fezes ou mesmo de algumas frutas que tocaram, eles podem infectar animais como chimpanzés e gorilas.

Milhões de toneladas
Mas ainda não se sabe exatamente como o ebola é transmitido de animais para humanos.
Segundo Johnathan Ball, virologista da Universidade de Nottingham, frequentemente há uma "espécie intermediária" no processo, apesar de também haver evidências de que se possa pegar ebola diretamente de morcegos.
"Mas é difícil para o vírus saltar a barreira das espécies até os humanos. O vírus teria que primeiramente ganhar acesso via sangue, contaminando células, para se replicar".

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